Bastaram pouco mais de cinco minutos para que as minhas dúvidas (muitas!) em relação ao mais recente filme de Michael Mann ficassem dissipadas. Acredito na possibilidade de muito boa gente ver neste filme apenas uma historieta de polícias e ladrões, fugas, tiros e perseguições. Mas talvez essas mesmas pessoas acabem por resumir Citizen Kane num simples "era uma vez uma criança que brincava na neve com um trenó que tinha inscrita a palavra Rosebud e que, adulto, se transformou num magnata da comunicação social". Não, não afirmei nem afirmo quaisquer semelhanças entre Welles e Mann. Mas este Public Enemies é uma obra-prima. Isso afirmo!
Por aqui apresentados há um mês atrás, o disco teimou em não deixar de se ouvir e 40 Day Dream, o seu tema de abertura, era o rastilho para uma hora de descobertas. De Arcade Fire a Ennio Morricone, passando pelo kitsch de Demis Roussous ou Cat Stevens, eram várias as referências que ao longo do disco se ouviam e descobriam. Com prazer. Num disco que, discretamente, foi deixando a sua marca.
Em Junho, descrevia aqui os The Drums da seguinte forma: Afinal Ian Curtis não morreu. Passou todos estes anos numa praia paradisíaca a ouvir exaustivamente a discografia completa dos Beach Boys. Pintou o cabelo de loiro, fez surf e parece finalmente uma pessoa feliz.
Dois meses depois, numa entrevista à New York Magazine, Jonathan Pierce, o vocalista da banda responsável por Let's Go Surfing, afirmou que: "we wanted to sound like Joy Division meets a beach-party record". Objectivo cumprido. E Let's Go Surfing, agora com vídeo oficial, continua a ser a mais viciante música deste Verão.
Quem não tem saudades daqueles discos pop com dois ou três singles trauteáveis, mais duas ou três baladas e meia dúzia de canções que só com o tempo acabariamos por descobrir serem tão boas ou melhores que os singles de alto teor aditivo que nos apaixonaram logo às primeiras audições?
Quem não sente falta de um disco com letras repletas de lugares comuns, mas que parecem ter sido escritas de propósito para nós por alguém que partilha dos mesmos 'gigantescos' problemas existencialistas?
Já aqui tinha deixado dois vídeos, pouco tempo depois chega por aqui o disco. Ideal para acompanhar estes últimos summer days.
Conhecia a história, mas só hoje consegui descobri-la para audição. Apenas aconselhada a fãs dos The Cure. Aos restantes, pouco lhes irão interessar tais pedaços de arqueologia.
The Pornography Tour ends in confusion on June 11, 1982 at Brussels in Belgium. In this tour the public witnessing a chaotic reminder: The last song of this show, 'The Cure Are Dead', was an improvisation with Robert Smith on drums, Lol Tolhurst on bass, Simon Gallup on guitar and Gary Biddles, a Simon's friend, on vocal, whos criticizing Smith and Tolhurst. Following the concert, Simon Gallup left the group. Robert Smith does not talk before eighteen months.
Robert Smith: "Before the concert, Lol and I sat in the dressing room, miserable because we knew it was the end. The show was quite flat and, during the encore, Biddles came on and started singing 'Smith's a wanker, Tolhurst's a wanker, only Simon's worth anything in this band'. I was drumming, so I stopped, threw the drumsticks at the back of his head and told him to fuck off. Everyone looked at each other... and that was it."
20090820
(Trouble by Hope Sandoval and the Warm Inventions : Photo by Margaret Durow)
Nos primeiros trinta minutos, vemos um Jarmusch apaixonado por uma cidade: Madrid. Depois, colando pedaços como quem tenta construir um puzzle de peças pouco diferentes entre si, encontramos um Jarmusch apaixonado por si próprio.
Quem já gostava, irá gostar. Quem não gostava, deixe-se estar. Ou talvez nem por isso. ¿Usted no habla español, verdad?
In the April 19, 1937 issue, Life magazine ran a three-page article titled, "Lead Belly - Bad Nigger Makes Good Minstrel". It included a full-page, color (rare in those days) picture of him sitting on grain sacks playing his guitar and singing. Also included was a striking picture of Martha Promise (identified in the article as his manager); photos showing Lead Belly's hands playing the guitar (with the caption "these hands once killed a man"); Texas Governor Pat M. Neff; and the "ramshackle" Texas State Penitentiary. The article attributes both of his pardons to his singing of his petitions to the governors, who were so moved that they pardoned him. The article's text ends with "he... may well be on the brink of a new and prosperous period."
Eu sei que havia por ali uma metáfora qualquer. Mas, talvez por culpa do calor que se tem feito sentir, acabei por não pensar muito nisso. Ainda assim, motivos de interesse não lhe faltam.