Escreveu Mário Jorge Torres, no Público, a propósito desta nova adaptação do livro de Camilo Castelo Branco: "O que falta então a este "Um Amor de Perdição" para que se eleve de um bom filme, bem contado e organizado, a mais do que isso, uma tragédia contemporânea de amores contrariados? Precisamente aquilo que o romance de Camilo tem de sobra: paixão, desregramento, desmesura".
Fui reler o livro e concordo, em absoluto, com aquilo que sobra, mas discordo que seja um bom filme, muito menos bem organizado. É mais um capítulo, bem exemplificativo por sinal, dum estilo artesanal a que o cinema português nos habituou durante muitos anos e que parecia já ter sido abandonado de vez. E uso aqui a expressão artesanal naquilo que o artesanato pode ter de pior. O velho a querer ser jovem e moderno. Os poucos meios, por demais evidentes, mas que apenas poderão desculpar a mui fraca componente técnica, nomeadamente a sua confragedora fotografia, que, no entanto, não nos fazem esquecer que as ideias não precisam de dinheiro. Uma pena. Ainda para mais tendo em conta que Mário Barroso, com uma estreia tradia como realizador de filmes para o grande ecrã, até tinha começado bem com o seu Milagre Segundo Salomé.
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