20090430

experimental dental school - forest field

Na sua descrição no Last.Fm pode ler-se "The guitar bends to the breaking point. Drums pump. Drums crack. Synthesizer samples crisp & crackle.  One voice howls, the other coos. A sea of bass over a lake of pedals. Here is some really nerdy dirty Jazz punk. Hmm...or is it vintage garage pop? Psychedelic world music? Synth fractured dance beats? Pretty? Yes. Ugly? Yes."

Try it. It's free. Here!

sonic youth - the eternal


Depois de um falso alarme, há umas semanas atrás, o "verdadeiro" novo disco dos Sonic Youth, que chegará às lojas em meados de Junho, deu um ar da sua graça, durante algumas horas, na internet. Quem foi a tempo terá conseguido arranjar mais um fabuloso capítulo da já longa história dos (sempre) jovens sónicos. Pena que, por altura dos festivais tugas estes senhores andem por outras paragens. Fica para depois, talvez num Coliseu. Para já, fiquemos com a recente passagem pelo programa de Jools Holland, onde What We Know, de The Eternal, foi apresentado.

indie lx (7)


THE PLEASURE OF BEING ROBBED, de Josh Safdie

Com Bresson num pedestal. Cassavetes como inspiração. Hartley e Jarmusch como modelos a seguir. Meia dúzia de tostões e uma equipa mínima, Safdie fez um simpático objecto que dá vontade de acarinhar. Infelizmente, muitas das vezes, as intenções não chegam.
2/5

20090429

hoje: amália

Não consigo deixar de ouvir. O disco já anda por aí e recomenda-se. Parabéns, Nuno!

la mujer sin cabeza - lucrecia martel


Passaram quase duas semanas e já me tinha esquecido de ter visto o filme. Mau sinal. Quando os dois filmes anteriores de Lucrecia Martel se me colaram de imediato ao corpo. Até hoje. Duas obras-primas. Ao terceiro aborreci-me. Não achei o corpo suficientemente interessante para tentar encontrar a cabeça.
2/5

!!!!!


"Multiple exclamation marks are a sure sign of a diseased mind."

"And all those exclamation marks, you notice? Five? A sure sign of someone who wears his underpants on his head."

Mas tudo muda! Confiram aqui!!

falta um mês para... wavves

Falta apenas um mês para a Zdb receber um dos concertos que entrará certamente nas habituais listas de final de ano. Obviamente, a não perder.

indie lx (6)


BREATHLESS, de Yang Ik-June

Façam um último telefonema à família. Entrem na sala de cinema. Sentem-se confortavelmente. Sustenham a respiração. E preparem-se para levar uma tareia. Eis Breathless. Da Coreia do Sul com (falta de) amor.
3,5/5

20090428

indie lx (5)


HELEN, de Christine Molloy e Joe Lawlor

Imagens bonitas não fazem um filme. Helen é um bom exemplo disso. Fotografia é fotografia. Design é design. Cinema... é algo completamente diferente. Ou como nem todos entendem a difícil arte do 1+1=3.
1/5

introducing: pre

Descrevem-se como "Ren and Stimpy playing Black Flag". That's enough for me...

INTRODUCING #005
Pre - Fuk Is Fun

20090427

menina limão

Uma pequena homenagem a um dos meus blogs preferidos. Que podem visitar aqui.

20090426

indie lx (4)


UNA SEMANA SOLOS, de Celina Murga

"Não se passou nada". Era esta a frase mais ouvida à saída da sessão de Una Semana Solos. Eu, pelo contrário, achei que não há por aí muitos filmes onde tanto aconteça. Corajosamente, Celina Murga resiste ao facilitismo e realiza um filme de mil e um pormenores. Quem não viu tudo aquilo que aconteceu naquelas quase duas horas de cinema, não imagina o quanto perdeu. 
4/5

influências

Os Monty Python influenciaram o mundo da comédia com o seu humor. Bruno Aleixo começa agora a fazer o mesmo. Os primeiros sinais chegam do Uruguai. O seu estilo não tardará a conquistar e alterar para sempre o humor britânico ou as sitcoms americanas. Preparem-se... 

indie lx (3)


TONY MANERO, de Pablo Larrain

Desconcertante looser este que nos chega do Chile. Numa só personagem: a ilusão de um povo de sonhos castrados e a violência de um regime (o de Pinochet) povoado por  criminosos impunes.
3/5

indie lx (2)


SÜT, de Semih Kaplanoglu

Fim de uma trilogia e mais uma prova da força da cinematografia turca nos últimos anos. Este é talvez o filme mais fálico dos últimos anos. Simbolicamente o sexo masculino, e também feminino, marcam presença constante ao longo de todo o filme. Uma lista de tais símbolos seria demasiado extensa e tiraria o prazer de cada espectador os descobrir. Eu tenho lista para troca. Assim alguém queira partilhar as suas descobertas.
Uma variação da história de Édipo, ou de como um jovem poeta, virgem, descobre a sua sexualidade através das aventuras da sua mãe. Ou ainda, de como seria um filme de Terrence Malick se este tivesse nascido na Turquia.
4/5 

20090425

indie lx (1)


UNE NOUVELLE ÈRE GLACIAIRE, de Darielle Tillon

Deselegante na forma. Inconsequente no conteúdo. Um filme-bluff, que muito esconde, por pouco ter para mostrar e contar.
1/5

esqueci-me...

...de como se sobrevive ao fim.
a viagem foi longa e atribulada,
o regresso será lento.

20090418

20090417

a wish: las vegas

Hoje, e só hoje, queria estar em Las Vegas. E passar pelo The Pearl, no Palms Casino. Hoje. I wish...

20090415

introducing: the intelligence


INTRODUCING #004
The Intelligence - Dating Cops

20090414

l'heure d'été - olivier assayas


A família é um lugar estranho. Ou como escrevia Miguel Esteves Cardoso há muitos anos atrás "Há qualquer coisa de errado na família. A família não funciona. Sei que, como conservador, deveria defender a família. Mas não consigo. A família é indefensável. É um equívoco. É um efeito de economia. A família está a dar cabo das pessoas. E das famílias.".
Talvez este Tempos de Verão, de Olivier Assayas, não seja um olhar assim tão cáustico ou negativo sobre essa instituição. Mas, ao vê-lo, imediatamente me lembrei das palavras do MEC que terei lido há bem mais que dez ou doze anos. E uma memória assim resgatada das profundezas, não nos surge repentinamente sem um motivo. Seja lá qual for esse motivo... que de momento desconheço.
3/5

20090413

hollywood - chapter three

the clues - the clues

Alguns anos antes dos Arcade Fire terem colocado o Canáda no mapa de muitos melómanos, já este país era alvo das atenções de uma imensa minoria. E muito por culpa de uma editora como a Constellation Records que deu a conhecer bandas como Godspeed You Black Emperor ou A Silver Mt. Zion. Nos últimos anos a Constellation abriu as portas a outras sonoridades e até já conta com os Tindersticks no seu catálogo. E toda esta lição de história para quê? Para apresentar mais uma banda proveniente dessa editora e da cidade de Montreal.

Os The Clues são o mais recente e mais bem guardado segredo oriundo daqueles lados. Contando com ex-membros dos Arcade Fire e dos Unicorns, a sua música é suficientemente esquizofrénica para por vezes soar a Blonde Redhead (Cave Mouth, Crows), como a seguir nos fazer lembrar os Final Fantasy (Perfect Fit) ou uma banda dream-pop francesa que apenas tenha existido nos nossos sonhos (In The Dream, Elope) e que tem em Approach The Throne um dos temas mais viciantes das últimas semanas, ou meses, dependendo da quantidade de música ouvida por quem venha a descobrir esta canção.

E se por uma vez um press-release de uma editora faz sentido, aqui fica um exemplo disso mesmo “Forged from postpunk, no-wave and psych influences, Clues compose a rare breed of complex pop anthems that consistently inscribe their own perfect limits, without overreaching and without pandering. The overriding aesthetic avoids ornate decadence and stringent economy in equal measure. An authentic, unfussy and stirringly epic little sonic world unfolds: idiosyncratic and enigmatic, but exuberantly infectious and approachable.

Mas, obviamente, o melhor mesmo é experimentar.

8.5/10


days of heaven - terrence malick


Sempre que revejo um qualquer filme de Malick assaltam-me desejos de ir viver para o campo. Esteja o campo em guerra, invadido por uma praga de gafanhotos ou com casais assassinos à solta. Tudo me parece melhor que viver num cenário de betão armado forrado a plástico, qual soldadinho de chumbo ou figura da Playmobil.

let's paint tv

Cada um escolha o seu herói. O meu dá pelo nome de John Kilduff. Uma inspiração! "We can do it all. Let's not stop!"

 
let's paint tv

20090412

che - steven soderbergh

Eis o filme perfeito para esta época do ano. Na falta de um qualquer filme em cartaz que conte pela enésima vez a saga de Jesus Cristo a caminho da cruz, este Che de Steven Soderbergh serve na perfeição para colmatar tal lacuna. Está lá tudo. Até doentes este Che vai curando pelo caminho. E se as duas partes do filme forem vistas de seguida, ultrapassando assim as quatro horas de duração, a experiência de uma tarde de  domingo pascal passada frente ao televisor lá de casa fica completa. Sem grandes picos dramáticos, o filme lá se vai desenrolando. Não entusiasma, mas também não incomoda. E isso, por vezes, basta
3/5

20090408

até irrita: ryan gosling

Algumas pessoas conseguem ser tão boas em tudo aquilo que fazem que... até irrita. É o caso de Ryan Gosling. Não bastava ser um excelente actor (conferir em Half Nelson, por exemplo) agora também parece querer dar cartas no mundo da música, no projecto Dead Man's Bones.


britney spears: womanizer


stromboli - roberto rossellini

Ou como se pode sair de uma prisão para entrar noutra. Mudando-se apenas de local e de carcereiros. O amor enquanto meio para outros objectivos ou como mera ilusão, pode ser das mais perigosas armas de destruição pessoal.
E sempre arrepiante assistir à descoberta, através dos olhos de Ingrid Bergman ao olhar para a ilha onde irá viver,  do quão pouco conhecia de facto a pessoa a quem se uniu.
Um enorme prazer voltar a Stromboli passados vários anos e descobrir que a memória, desta vez, não me induziu em erro.

4/5

20090406

hg manga

Inspirado aqui, decidi tentar. As insónias têm destas coisas. Parecido? Tentei. Quem me conheça que o diga.

20090405

i need holidays

word as image: ill

Word as Image #08

in treatment

Regressa hoje aos ecrãs americanos a melhor série desde que, em 2007, os Sopranos chegaram ao fim. Com a acção confinada a um consultório de psicanalista e às conversas entre este e os seus pacientes, In Treatment é um prodigio de argumento e direcção de actores. Ou como, com pouco, se pode fazer muito. Durante a primeira temporada, de 43 episódios, as consultas/episódios tinham uma periodicidade diária. De segunda a sexta encontrávamos os mesmos pacientes nos seus respectivos dias da semana. A cada semana mais pormenores. Mais peças do puzzle que nos poderiam ajudar a perceber melhor aquela personagem.

Uma série que poderá não nos tornar mais inteligentes, mas por certo nos fará ficar mais atentos. Aos outros. A nós. Sem moralismos. Apenas porque são raras as séries de televisão que, como In Treatment, nos permitem conhecer tão bem e profundamente as suas personagens, e onde tantas vezes nos podemos facilmente rever. 


(desculpem a terrível música do trailer)

20090402

introducing: artefacts for space travel


INTRODUCING #003
Artefacts For Space Travel - Cul De Sac

20090401

1 de abril

Hoje não me apetece mentir. Estou demasiado feliz.

gran torino - clint eastwood

Já passou mais de uma semana desde que vi Gran Torino e ainda hoje penso em Walt Kowalski, a última personagem encarnada por Clint Eastwood no último filme por si dirigido. Começando pelo que deveria vir no final do texto: este ano dificilmente surgirá melhor filme nas salas de cinema. Dito isto, resta realçar a forma como Eastwood consegue, com este filme, atingir a perfeição na arte de narrar uma história.

Parecem ser cada vez mais os filmes em que, terminado o filme, pouco ou nada sabemos das personagens que acabámos de ver. E muitas das vezes, essas mesmas personagens passam todo o filme a falar de si próprias. Over and over again. Eastwood, pelo contrário, consegue mostrar-nos neste Gran Torino, em menos de duas horas, toda a vida de Kowalski, personagem de poucas palavras. E quando falo aqui de toda a vida, não me refiro apenas a passado e presente numa perspectiva temporal. Toda a vida inclui sentimentos e pensamentos. Tudo aquilo que distingue uma pessoa de qualquer outra. E isto tudo sem qualquer recurso a flashbacks ou preguiçosos monólogos descritivos. O truque, é sabido de muitos, mas poucos são aqueles que o conseguem praticar. Conhecer ao pormenor as personagens e saber muito bem aquilo que se quer contar. Ou, no minímo, ter algo para contar. E Eastwood tem. Quase sempre o mesmo (a justiça e todas as suas derivações e implicações, filosóficas ou sociológicas) e cada vez com maior urgência, precisão e engenho.

Mas quaisquer palavras por mim escolhidas, ou frases por mim construidas, serão sempre insuficientes perante uma obra desta grandeza. Só me resta acrescentar humildemente que, se o cinema (ainda) me apaixona, é por filmes como este. E não consigo deixar de repetir: este ano muito dificilmente surgirá nas salas de cinema um filme melhor que este Gran Torino.

5/5