20090430
experimental dental school - forest field
sonic youth - the eternal
indie lx (7)
20090429
la mujer sin cabeza - lucrecia martel
falta um mês para... wavves
indie lx (6)
20090428
indie lx (5)
introducing: pre
20090427
20090426
indie lx (4)
influências
indie lx (3)
indie lx (2)
20090425
indie lx (1)
20090418
20090417
a wish: las vegas
20090415
20090414
l'heure d'été - olivier assayas
20090413
the clues - the clues
Alguns anos antes dos Arcade Fire terem colocado o Canáda no mapa de muitos melómanos, já este país era alvo das atenções de uma imensa minoria. E muito por culpa de uma editora como a Constellation Records que deu a conhecer bandas como Godspeed You Black Emperor ou A Silver Mt. Zion. Nos últimos anos a Constellation abriu as portas a outras sonoridades e até já conta com os Tindersticks no seu catálogo. E toda esta lição de história para quê? Para apresentar mais uma banda proveniente dessa editora e da cidade de Montreal.
Os The Clues são o mais recente e mais bem guardado segredo oriundo daqueles lados. Contando com ex-membros dos Arcade Fire e dos Unicorns, a sua música é suficientemente esquizofrénica para por vezes soar a Blonde Redhead (Cave Mouth, Crows), como a seguir nos fazer lembrar os Final Fantasy (Perfect Fit) ou uma banda dream-pop francesa que apenas tenha existido nos nossos sonhos (In The Dream, Elope) e que tem em Approach The Throne um dos temas mais viciantes das últimas semanas, ou meses, dependendo da quantidade de música ouvida por quem venha a descobrir esta canção.
E se por uma vez um press-release de uma editora faz sentido, aqui fica um exemplo disso mesmo “Forged from postpunk, no-wave and psych influences, Clues compose a rare breed of complex pop anthems that consistently inscribe their own perfect limits, without overreaching and without pandering. The overriding aesthetic avoids ornate decadence and stringent economy in equal measure. An authentic, unfussy and stirringly epic little sonic world unfolds: idiosyncratic and enigmatic, but exuberantly infectious and approachable.”
Mas, obviamente, o melhor mesmo é experimentar.
8.5/10
days of heaven - terrence malick
let's paint tv
20090412
che - steven soderbergh
20090408
até irrita: ryan gosling
stromboli - roberto rossellini
20090406
20090405
in treatment
Regressa hoje aos ecrãs americanos a melhor série desde que, em 2007, os Sopranos chegaram ao fim. Com a acção confinada a um consultório de psicanalista e às conversas entre este e os seus pacientes, In Treatment é um prodigio de argumento e direcção de actores. Ou como, com pouco, se pode fazer muito. Durante a primeira temporada, de 43 episódios, as consultas/episódios tinham uma periodicidade diária. De segunda a sexta encontrávamos os mesmos pacientes nos seus respectivos dias da semana. A cada semana mais pormenores. Mais peças do puzzle que nos poderiam ajudar a perceber melhor aquela personagem.
Uma série que poderá não nos tornar mais inteligentes, mas por certo nos fará ficar mais atentos. Aos outros. A nós. Sem moralismos. Apenas porque são raras as séries de televisão que, como In Treatment, nos permitem conhecer tão bem e profundamente as suas personagens, e onde tantas vezes nos podemos facilmente rever.
(desculpem a terrível música do trailer)
20090402
20090401
gran torino - clint eastwood
Já passou mais de uma semana desde que vi Gran Torino e ainda hoje penso em Walt Kowalski, a última personagem encarnada por Clint Eastwood no último filme por si dirigido. Começando pelo que deveria vir no final do texto: este ano dificilmente surgirá melhor filme nas salas de cinema. Dito isto, resta realçar a forma como Eastwood consegue, com este filme, atingir a perfeição na arte de narrar uma história.
Parecem ser cada vez mais os filmes em que, terminado o filme, pouco ou nada sabemos das personagens que acabámos de ver. E muitas das vezes, essas mesmas personagens passam todo o filme a falar de si próprias. Over and over again. Eastwood, pelo contrário, consegue mostrar-nos neste Gran Torino, em menos de duas horas, toda a vida de Kowalski, personagem de poucas palavras. E quando falo aqui de toda a vida, não me refiro apenas a passado e presente numa perspectiva temporal. Toda a vida inclui sentimentos e pensamentos. Tudo aquilo que distingue uma pessoa de qualquer outra. E isto tudo sem qualquer recurso a flashbacks ou preguiçosos monólogos descritivos. O truque, é sabido de muitos, mas poucos são aqueles que o conseguem praticar. Conhecer ao pormenor as personagens e saber muito bem aquilo que se quer contar. Ou, no minímo, ter algo para contar. E Eastwood tem. Quase sempre o mesmo (a justiça e todas as suas derivações e implicações, filosóficas ou sociológicas) e cada vez com maior urgência, precisão e engenho.
Mas quaisquer palavras por mim escolhidas, ou frases por mim construidas, serão sempre insuficientes perante uma obra desta grandeza. Só me resta acrescentar humildemente que, se o cinema (ainda) me apaixona, é por filmes como este. E não consigo deixar de repetir: este ano muito dificilmente surgirá nas salas de cinema um filme melhor que este Gran Torino.
5/5