Para o mexicano Carlos Reygadas parecem existir apenas duas formas de filmar: cada plano tem de ser uma obra de arte ou um desafio. Ou ambas as coisas. Mas nunca menos do que isso. O resultado final, mesmo para quem não aprecie o conjunto, não deixará, no entanto, ninguém indiferente. Reygadas tem um estilo único e cada filme seu é uma porta aberta para entrar no seu universo pessoal onde, embora alguns se possam aí sentir desconfortáveis ou até mesmo aborrecidos, haverá sempre imagens suficientemente fortes para ficarem na memória de quem as veja. Por muito e muito tempo.
História de um amor proibido, Luz Silenciosa pode ser descrito como um Paris, Texas filmado na América do Sul por um Albert Serra com orçamento para filmar em condições, com actores dirigidos por Ingmar Bergman e uma ressurreição final digna de um filme de Dreyer. Resumindo, este é um daqueles filmes que se ama… ou não. Mas sem direito a meios termos.
4/5
"O resultado final, mesmo para quem não aprecie o conjunto, não deixará, no entanto, ninguém indiferente"
ReplyDeleteNão havia aí nada mais inócuo?
Julgo não conseguir perceber a tua pergunta. Talvez, provavelmente, por não entendermos a palavra 'inócuo' da mesma forma. Mas sei perfeitamente de onde surge a tua pergunta. Ainda assim e tentando acrescentar alguma informação que te possa fazer perceber aquilo que quis dizer com a frase que escrevi e que foi por ti escolhida como chamada de atenção: eu considero que alguns filmes, esses sim, inócuos, deixam indiferente quem os vê. Com a frase que escrevi, tentei exprimir que esse não será o caso para quem veja este filme.
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